Amélia Sabe Amélia passeia pela calçada sentindo o sol lhe aquecer as costas. Ouve os pássaros que cantam e brincam pulando nos eucaliptos que margeiam a praça. Ao passar pela janela da casa da dona Candoca percebeu que o odor costumeiro de feijão temperado com orégano e coentro não está no ar. Será que o fogão de lenha onde a velha senhora aquece seu almoço não fora cesso hoje? Sua saúde precária terá piorado? O feijão não fora aquecido? Já são doze horas e seu almoço acontece sempre antes do meio dia. Um calafrio percorreu-lhe a coluna. Amélia pára em frente a porta. Gira a fechadura vagarosamente. Aspira mais fundo na esperança de que o feijão, as costelinhas de porco e o arroz amarelado pela kurkuma, estejam sendo aquecidos, e nada. A casa está em silêncio e sem cheiros. Entra devagar, espia, chama pela velha amiga, mas só o gato branco com cara de sono vem ao seu encontro espreguiçando-se. Uma lufada de vento desarruma-lhe os cabelos e
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