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Mostrando postagens de 2017
Duas avós Me contaram hoje que existem dois tipos de avós. E outros misturados nestes dois. Um que é aquela avozinha, que fala baixo, escuta pouco e está sempre com um novelo e uma agulha de tricô no colo. Abre a porta meio agachada porque o novelo está preso entre os peitões e a barriga. Abraço o neto e o amassa contra sua envergadura macia e fofa. Beija o filho ou a filha – pais no neto (ou da neta) . Escuta as ordens deste ou desta e, sem contestar, obedece (desde que a ordem seja para fazer o neto feliz). Se não for muito do agrado do neto, ela boicota umas tantas vezes. Em segredo. Não pergunta que tipo de educação está sendo oferecida na escola para a criança. Nem pergunta o que farão nas férias. Se eles quiserem dizer que o façam. Ela é que não vai perguntar. Se precisar levar a criança ao médico, o fará de taxi. Não uber tampouco cabyfy. Paga com dinheiro. Compra e paga tudo com dinheiro e à vista.  Não dirige automóvel, nem bicicleta. Faz pão de casa e macarrão casei
E Che Guevara foi morto por aqueles porcos sujos que não mereciam seu último olhar! Bolo de chocolate Os palestinos vivem condenados à humilhação perpétua, desde 1948. Eles perderam sua pátria, suas terras, sua água, sua liberdade. Tudo. Gaza está sendo castigada. Converteu-se em uma ratoeira sem saída, desde que Hamas ganhou limpamente as eleições de 2006. A democracia é um luxo que nem todos merecem. A pouca Palestina que sobra, passo a passo, Israel a está apagando do mapa. Dona Martina tem nas mãos o jornal do dia.  Enquanto a neta, à sua volta,  pede para recortar uma revista colorida que está ao lado, ela reponde que lhe dará outra. Aquela revista antiga ela lê e lê de novo e de novo:  “Che Guevara olhou para cima enquanto um oficial boliviano, agachado a pouco mais de um metro, fez aquela que seria sua última foto vivo. Estava sentado no chão de terra, as costas apoiadas na parede de barro. Um sargento chamado Mário Terán Salazar entrou com um fuzil de repetição M-2. C
Um dor vergonhosa me abate hoje. Há 3 anos publiquei este conto. Nuca pensei que ainda fôssemos lutar por este direito de novo: tirar o nome de ditadores das ruas das nossas cidades, estes monstros  que mataram nossos jovens, que trairam o nosso país, que enlutaram tantas familias, não podem ter alguma homenagem. Avenida Coronel Carlos Lamarca por Almeri Espíndola de Souza (do livro: 1964 -50 anos do golpe) Carlos Lamarca derruba o presidente Castelo Branco. Uma multidão se acotovela pelas ruas de Porto Alegre. Com faixas nas mãos, homens, mulheres, mães com as crianças nos carrinhos.  Jovens, velhos arrastando os seus chinelos. Todos seguiam um carro de som que cantava samba de raiz – o ritmo preferido de Lamarca.  Ele, um militar de alta patente, um dos melhores atiradores do exército brasileiro, professor de tiro da armada. Descobriu o que Castelo Branco sabia: o movimento, a “revolução” era um golpe cruel no povo brasileiro, engendrado pelos Estados Unidos. Foi em busca
 Eu adoraria que tivéssemos cultura, informação e conhecimento político para elegermos um presidente (um projeto de governo) e um parlamento que o ajudasse a implementá-lo. Situação ideal de sonho! Que é o que, às avessas, acontece hoje: o que este presidente golpista quer ele faz porque o parlamento é do cocho dele. Mas isto ainda há que ser construído. Ou alguém acha que se o Lula (PT) não tivesse aceito estes canalhas no seu governo, el e teria sido eleito ou teria feito alguma das mudanças que fez? Claro que não. E a visão que houve (que eu acho) é que o mais importante para o Brasil era o projeto, que conseguiu implementar no primeiro mandato, no segundo ainda conseguiu avançar e no terceiro eles não permitiram que governasse, porque estava indo grande demais e longe demais nos seus (deles) propósitos rentistas. Lula é esperto, e vai começar de novo. E só assim poderá começar. Mesmo que de braços com Alvaro Dias (harg) Sozinho, com o empresariado todo dando dinheiro por baixo do
A boneca de pano         Mark acompanhava atento os movimentos da agulha de crochê tunisiano que eu usava para encher de fibra as partes mais finas da boneca. Quando eu larguei o primeiro braço ele esticou a patinha e quis saber o que era. O bracinho rolou e caiu no chão. Ele pulou junto. Fui mais rápida que ele e o apanhei primeiro. Ele voltou e, com aqueles olhos redondos, acompanhava cada movimento das minhas mãos e da agulha. Enchi as pernas, o corpo, e a cabeça da boneca. Quando ficou pronta ele deu um bote sobre ela e a tomou-a com sua mão boba e foi para o chão jogar bola com a futura cabeça da boneca da Isabela, que eu estava levando uma surra para fazer. Busquei na internet, achei um “como fazer bonecas de pano – passo a passo”.   Desenhei os moldes. A impressora está de relações cortadas com o computador. Não se conversam. Desenhar, para mim, é uma missão pior do que fazer rapel. Mas o que não se faz por uma neta?  Desenhei os braços, as penas, o corpo e a cabeça. Fiz o
19 de março de 2017 O domingo amanheceu fresco a e agrdavel, em Porto Alegre. Bom para estar em casa, escrever, ler, assistir a TV Cultura - que está lindamente musical neste amanhã. E para refletir. As notícias do Brasil são a cada dia piores. Os defensores da ética e dos bons costumes, os donos do agro negócio, uma das pontas mais ricas da economia, aqueles que odeiam a agricultura familiar, que custeiam os governos defensores dos monopólios, estes tiveram suas máscaras caidas dentro da mangu eira e atoladas no estrume das vacas. Os defensores da ética, dos bons propósitos e costumes políticos do país, que derrubaram a presidente Dilma por considerá-la inapta para governar,  também estes agora tem suas máscaras caídas em algum lamaçal bem mais fétido que aquele estrume das vacas. Mas eles estão todos lá, um se segurando no outro numa tentativa vã de não caírem. Eles brigam ente si. Todos querem defender o seu, e acham que estando no poder poderão esconder seus mal feitos. Acho qu

Envelhecer, que horror!

Velhos. Os velhos e as velhas...... Ontem fui,  com uma amiga e minha neta Valentina, visitar uma casa para idosos. Uma casa muito bonita, com varandas em todos os quartos, sala ampla, poucos hóspedes. Um jardim bonito, e uma gerente encantadora. Pessoa do bem, que conheço desde garota. Levei um bolo, que comemos com as hóspedes. Cantamos. Há uma que gosta de cantar e tem uma voz linda. Outra muito triste com o cenho franzido disse que gostava muito de ler. Estava lendo um jornal. Levei também alguns livros nossos. De contos. A casa e tudo muito limpo. Bem iluminado. Um lugar ótimo. Mas eu estou com um aperto no coração deste ontem.  Percebo a falta que nos faz os nossos. Filhos.  Netos, então é como beber água. Precisamos sempre e mais. Soube de senhoras que estão lá porque os filhos nao tem tempo para elas. Trabalham muito e se ocupam com estas coisas da vida urbana.  Nem para visitas eles conseguem tempo. Sabe a sensação que hoje me invade? Estes executivos, estas moças bonitas, e