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Mostrando postagens de 2015
Disponibilizo aqui este maravilhoso texto sobre uma incursão de Caetano Veloso à Palestina. Muito bom. http://www1.folha.uol.com.br/ilustrissima/2015/11/1703012-visitar-israel-para-nao-mais-voltar-a-israel-por-caetano-veloso.shtml Chegar a Tel Aviv vindo da Europa é como voltar ao Brasil. A cidade tem o aspecto de uma das nossas capitais nordestinas, e o seu povo, o ar altivamente desencanado do carioca. Desde a primeira vez que fui a Israel, o contraste da capital do país com as cidades europeias, expresso na arquitetura moderna indefinida e no jeito sensual de seus habitantes, me conquistou. Senti imediata familiaridade com a cidade praieira e ensolarada no verão mediterrâneo. Essa identificação me deixava totalmente vulnerável à força histórica que a cada passo eu era convidado a encarar. A consciência de que estávamos na Terra Santa, as marcas da fundação do país depois da Segunda Guerra Mundial, as experiências socialistas dos kibutzim, o renascimento do hebraico falado, a

Foguetes são para as vitórias

Eu aprendi,  desde pequena,  que os foguetes são estourados para se comemorar a chegado do São João, para reverenciar o Natal, ou o ano novo que chega.  Para comemorar! Ontem a cidade de Porto Alegre se iluminou com foguetes e eu custei a entender do que se tratava. Eram gremistas comemorando a derrota do internacional que perdera, no México o título de libertadores da América. Uma comemoração pela derrota do outro. Muito triste. Muito desalentador uma população sair à rua numa fria noite de inverno para comemorar uma derrota alheia.  O que estes senhores e senhoras estarão ensinando aos seus filhos? Intolerância, ódio ao outro? Quem sabe hoje, eles possam usar a mesma quantidade de seu dinheiro para comprar fraldas descartáveis para doarem à população flageladas das ilhas de Porto Alegre que estão sem casa, sem nada para atender suas familias, e assim recuperarem a moral perante os deuses. Um onda de incitação à violência está em curso em todo o nosso território nacional. A mídi

Bolo de chocolate

Do livro 1964: 60 anos do Golpe Os colonos invadem, e atrás deles os soldados vão corrigindo a fronteira. Desde 1948, os palestinos vivem condenados a humilhação perpétua. Não podem nem respirar sem permissão. Perderam sua pátria, suas terras, sua água, sua liberdade. Tudo. Nem sequer têm o direito de eleger seus governantes. Quando votam em quem não deveriam votar são castigados. Gaza está sendo castigada. Converteu-se em uma ratoeira sem saída, desde que Hamas ganhou limpamente as eleições de 2006. Algo parecido havia ocorrido em 1932, quando o Partido Comunista triunfou nas eleições de El Salvador. Banhados em sangue, os salvadorenhos expiaram sua má conduta e desde então viveram submetidos a ditaduras militares. A democracia é um luxo que nem todos merecem. São filhos da impotência. São pífios, os foguetes caseiros que os militantes do Hamas, encurralados em Gaza, disparam com torpe pontaria sobre as terras que tinham sido palestinas e que a ocupação israelita usurpou.