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Mostrando postagens de 2011

Para ler e reler sempre.

Desiderata ( o que se deseja) Caminha calmo entre o ruído e a pressa, e lembra-te da paz podes encontrar no silêncio. Na medida do  possível, sem te renderes, fica em bons termos com todas as pessoas. Fala a tua verdade, tranqüila e claramente, e houve a dos outros - mesmo a dos enfadonhos e ignorantes - também eles têm a sua história. Evita pessoas clamorosas e agressivas, são tormento para o espírito. Se te comparares com outros, podes tornar-te vaidoso e amargo, pois sempre haverá pessoas maiores ou menores do que tu. Goza tuas realizações tanto quanto teus planos. Mantém teu interesse em tua própria carreira, por humilde que ela seja: é uma posse real que tens, nas ocasiões em que o tempo faça modificarem-se os destinos. Sê cauteloso em teus negócios, porque o mundo está cheio de trapaças, Mas que isso não te faça cego para a virtude existente: muitas pessoas lutam por altos ideais, e em toda a parte, a vida está repleta de heroísmos. Sê tu mesmo. Especialmente não

Preste atenção neste texto da Carta Maior, que deve ser lido!

O tempo e as jabuticabas

O tempo e as jabuticabas. Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para frente do que já vivi até agora. Sinto-me como aquela menina que ganhou uma bacia de jabuticabas. As primeiras, ela chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço. Já não tenho tempo para lidar com mediocridades. Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados. Não tolero gabolices. Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte. Já não tenho tempo para projetos megalomaníacos. Não participarei de conferências que estabelecem prazos fixos para reverter a miséria do mundo. Não quero que me convidem para eventos de um fim de semana com a proposta de abalar o milênio. Já não tenho tempo para reuniões intermináveis para discutir estatutos, normas, procedimentos e regimentos internos. Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que, apesar da idade cronol

O Pepe

É madrugada. Uma chuva mansa despenca devagar no telhado das casas vizinhas. A noite foge de mim e corre, logo é madrugada alta. Tenho de dormir. Pepe também quer dormir. Mas um amor ardente e apaixonado nos prende aqui. Ah, dionísio, como são cálidos os seus beijos. Como é doce o seu cheiro.   Maurizio! Lindo. Azul. Suave. Vou dormir e sonhar com você. Amanhã nos encontraremos, e continuaremeos a nos amar como hoje e como sempre. Durma bem. E sonhe! E, se acordar e o dia for feio, e não houver mais  a chuva, se encante com o sol.

Amelia Sabe

Amélia Sabe Amélia passeia pela calçada sentindo o sol lhe aquecer as costas. Ouve os pássaros que cantam e brincam pulando nos eucaliptos que margeiam a praça. Ao passar pela janela da casa da dona Candoca percebeu que o odor   costumeiro de feijão temperado com orégano e coentro não está no ar. Será que o fogão de lenha onde a velha senhora aquece seu almoço   não fora cesso hoje? Sua saúde precária terá piorado? O feijão não fora aquecido? Já são doze horas e seu almoço acontece sempre antes do meio dia. Um calafrio percorreu-lhe a coluna. Amélia pára em frente a porta. Gira a fechadura vagarosamente. Aspira mais fundo na esperança de que o feijão, as costelinhas de porco e o arroz amarelado pela kurkuma, estejam sendo aquecidos, e nada. A casa está em silêncio e sem cheiros. Entra devagar, espia, chama pela velha amiga, mas só o gato branco com cara de sono vem ao seu encontro espreguiçando-se.   Uma lufada de vento desarruma-lhe os cabelos e