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Porto Alegre, 26 de outubro de 2018


Somos valentes. Eu gosto quando nos chamam de valentes. Quem cria filho sozinha como nós, quem trabalha e ainda estuda criando filhos, quem disputa concursos onde os homens costumam ser os privilegiados porque têm sempre mais tempo para estudar que as mulheres, que desde cedo ajudam a cuidar a casa. Somos mulheres que educamos nosso filhos, que participamos da vida politica do nosso entorno, seja no sindicato da nossa categoria, seja nas associações que congregam os trabalhadores, seja nas agremiações político partidárias, lá estamos nós de bandeira em punho, adesivo no peito e microfone na mão. Nós, as mulheres, além de darmos vida aos nossos filhos, de amamentarmos nossos filhos, dirigimos nosso carro, compramos nossa casa e ainda plantamos roseiras. Costuramos as roupas, fazemos bolo de chocolate e sopas de legumes. Arroz bem soltinho e feijão cremoso, temperado com manjericão colhido na bancada da janela. Escrevemos livros e fazemos arte. Cuidamos dos netos nas horinhas vagas, porque ensinar amor também é nossa missão. Somos valentes porque não desistimos ante a ameaça dos fascistas, dos preconceituosos. Levantamos o queixo, estufamos o peito, tomamos um livro na mão e seguimos adiante. Nem tentem nos deter. Estamos seguras de que a vida é sempre de lutas. Nós, as mulheres da esquerda, somos valentes, sim, destemidas também. E é assim que vamos empurrando para o lado os que não nos respeitam e nos juntando aos nossos, aos que nos apoiam, aos que nos dão a mão em igualdade de direitos. Aos que abrem a porta do carro para que entremos. Aos que nos oferecem flores. Aos que nos olham com respeito e até reverência. Sigamos, porque a jornada nunca termina. Num pais cheio de machistas, homofóbicos e preconceituosos, havemos de criar meninas empoderadas e meninos melhores. E sigamos valentes! Obrigada Lula, que com sua doçura, nos chama de valentes!

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