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Mãos à Obra literária

Oficina de Iniciação à escrita criativa. Mini oficina na feira do livro de Osório - dia 01/12 das 14h às 17h


         A Oficina de Contos/Crônicas é um projeto que se oferece com o intuito de despertar nas pessoas o interesse pela prosa, pela poesia,  pela escrita literária e pela leitura. Este  é um aperitivo do que se pode desenvolver em um espaço maior de tempo, onde,  em encontros semanais,  as pessoas vão se experimentando  na linda tarefa de escrever, de inventar  ou de perceber .
CONTO:
Há que se inventar histórias, se está se propondo escrever contos/romance ou novelas. Inventar sem pudor, ou crítica. Apenas inventar.
         O Conto é um espaço da escrita onde tudo é ficção. Ou não. O que o autor escrever passa a ser verdade a partir do momento em que o fez. Pode ser tudo inventado. Mas há que se escrever de forma a que o leitor fique convencido de que a história é verdadeira.
         A história precisa ter um narrador, um cenário e um problema com o seu desenlace.
O Narrador
         Derivado do latim narro  (dar a conhecer, tornar conhecido). É aquele que transmite a mensagem da narrativa. Quem conta a história.
         A narração pode ser feita em primeira ou em terceira pessoa, sendo assim podemos classificar  os narradores como narrador em 1ª pessoa e narrador em 3ª pessoa.
Narrador em primeira pessoa: Narrador personagem. Além de contar  a história em primeira pessoa, faz parte dela, sendo por isso chamado de personagem. É marcado por características subjetivas, opiniões em relação aos fatos ocorridos, sendo assim uma narrativa parcial, já que não se pode enxergar nenhum outro ângulo de visão. A narrativa é dotada de características emocionais daquele que narra. Esse tipo de personagem tem visão limitada dos fatos, de modo que isso pode causar um clima de suspense na narrativa. O leitor vai fazendo suas descobertas ao longo da história junto com a personagem.
Narrador protagonista: o narrador é a personagem principal da história. Todos os acontecimentos giram em torno de si mesmo, e por isso a narrativa é a mais impregnada de subjetividade. O leitor é induzido a compartilhar dos sentimentos de satisfação ou insatisfação vividos pela personagem, o que dificulta ainda mais a visão geral da história.
Narrador como testemunha: É uma das personagens que vivem a história contada, mas não é a personagem principal. Também registra   os acontecimentos sob uma ótica individual, mas como é personagem  secundário da trama não há uma sobrecarga de emoções na narração.

Narrador em terceira pessoa:
Narrador onisciente: É aquele que sabe de tudo. Há vários tipos de narrador onisciente, mas podemos dizer que são chamados assim porque conhecem todos os aspectos da história e de seus personagens. Pode por exemplo descrever sentimentos e pensamentos das personagens, assim como pode descrever coisas que acontecem em dois locais ao mesmo tempo.
Narrador onisciente neutro: Relata os fatos e descreve as personagens, mas não influencia o leitor com observações ou opiniões a respeito das personagens. Fala somente dos fatos indispensáveis para a boa compreensão da narrativa.
Narrador onisciente seletivo: Narra os fatos sempre com a preocupação de relatar opiniões, pensamentos e impressões de uma ou mais personagens, influenciando assim o leitor a se posicionar a favor ou contra eles.
Narrador observador: é o que presencia a história, mas ao contrário do onisciente não tem a visão de tudo, mas apenas de um ângulo. Comporta-se como uma testemunha dos fatos relatados, mas não faz parte de nenhum deles, e a sua única atitude é a de reproduzir as ações que enxerga a partir do seu ângulo de visão. Não participa das ações nem tem conhecimento a respeito da vida, pensamentos, sentimentos ou personalidade das personagens.
3 – Espaço, ou cenário
É o local onde a história se desenrola.
4 – O problema
É do que vai tratar  a nossa história.
                                                                     Do livro: Aos ventos do Mar e da Lagoa
                                                                       Conto: A Lagoa dos Barros
                                                                           Almeri  Espíndola de Souza
Olivia desce do ônibus.  Caminha descalça pelas areias brancas até a margem da Lagoa. Escuta o som da suas águas que lambem a praia.  Olha sua silhueta e conversa com seus mistérios. A Lagoa dos Barros, ajoelhada aos pés da Serra do Mar, é palco das desgraças que viveram as famílias dos suicidas, dos afogados, dos submersos com pedras atadas ao pescoço. Esta Lagoa, já contava vovô Xico, esconde segredos que nunca conheceremos. Ela não quer nos fornecer peixes, apesar da fartura daquelas  águas. Não acolhe o navegador...Narrador em terceira pessoa
Desço do ônibus.  Descalça, caminho  pelas areias brancas até a margem da Lagoa. Escuto o som da suas águas que lambem a praia.  Olho sua silhueta e converso com seus mistérios. A Lagoa dos Barros, ajoelhada aos pés da Serra do Mar, é palco das desgraças que viveram as famílias dos suicidas, dos afogados, dos submersos com pedras atadas ao pescoço. Esta Lagoa, já contava meu avô Xico, esconde segredos que nunca conheceremos. Ela não quer nos fornecer peixes, apesar da fartura daquelas  águas. Não acolhe o navegador...Narrador em primeira pessoa.

CRÔNICA:
Crônica vem de cronos. Chronus, na mitologia Grega, é a personificação do tempo.
A crônica é um tipo de manifestação literária  diferente do conto. É a opinião do escritor sobre determinado fato, ou determina coisa. Embora possa ser incrementada por uma certa poética, é uma escrita realística, a partir de fatos ou constatações. Os cronistas de jornais ou revistas escrevem sobre algum assunto que seja pauta naquele momento. Escreve sobre acontecimentos que estão no dia-a-dia das pessoas.
 
                                                                               
                                                                                Do livro Costuras do Tempo
                                                                                Crônica: Quando não se tem assunto
                                                                                 Almeri Espíndola de Souza
                                                                                                           

A falta de assunto é, ironicamente, tema recorrente entre os cronistas. Mas não acomete apenas aqueles que têm prazo para entregar um texto e que vivem disso. Nós, pobres mortais, certamente já passamos pela angústia de querer falar alguma coisa e a palavra adequada não sair.
É quando se precisa publicar algum escrito, ou redigir um texto para um trabalho acadêmico, ou mesmo quando se tem de falar e não se sabe por onde iniciar. As palavras não surgem. As frases não se encadeiam.  E o texto tem de ter qualidade. Mostrar conhecimento. Não dá para falar qualquer bobagem, pois se for um trabalho poderá lhe resultar uma carta de demissão. Na universidade ou na escola, uma nota pífia. E se for numa conversa, a coisa pode ficar pior ainda........

                                                                                           Almeri Espindola de Souza - escritora

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